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BLOG - NÓS, TÁTICOS!

Data: 25/06/2020

  

A TÁTICA ATRAPALHA O DESEMPENHO TÉCNICO NO FUTEBOL?

Em meio ao desempenho dos clubes brasileiros em competições de nível estadual, nacional e internacional, é nítido a diminuição ou queda de um desempenho satisfatório no que diz respeito a um jogo de futebol de qualidade, observamos diversos erros técnicos e um baixo índice do principal objetivo de um jogo de futebol, que é o gol. 

Dessa forma os meios de comunicação cada vez mais debatem o porquê dessa queda, e muitos concluem que a parte técnica do jogador caiu de nível, colocando muitas vezes a culpa na parte tática, aonde alegam que a mesma impede a capacidade natural do atleta, e em outros casos que tira o espaço de jogo, caso dessa frase realizada por Walter Casagrande Comentarista da Rede Globo de Televisão: “Está faltando a ginga do futebol brasileiro na seleção brasileira. A falta da liberdade natural nossa. Sem muito esquema na cabeça. Sem pedir muita coisa para o jogador”.

Primeiramente precisamos compreender que a tática é um conjunto de atitudes sobre o jogo que permite aos jogadores a oportunidade de atingirem seu objetivo de forma organizada dentro da partida e conforme a situação do jogo (GARGANTA; PINTO, 1994). O princípio tático permitirá o jogador a tomar a decisão correta sobre uma situação do jogo seja defensiva ou ofensiva, necessitando estar presente no comportamento dos jogadores para que dentro da partida possam atingir seu objetivo. 

Os autores (CASTELO, 1994; GARGANTA; PINTO, 1994) apresentam três aspectos relacionados a organização tática sendo esses: princípios gerais, operacionais e fundamentais. 

Os princípios gerais estão relacionados as diferentes fases do jogo e aos outros princípios, sendo interligado entre as relações espaciais e numéricas dos jogadores seja defensivo ou ofensivo com ou sem a posse de bola, tendo como foco: não permitir a inferioridade numérica, evitar a igualdade numérica, e criar a superioridade numérica (GARGANTA; PINTO, 1994).

Os princípios operacionais são definidos por Bayer (1994, p.145), “... as operações necessárias para tratar uma ou várias categorias de situações”. Estão relacionados aos conceitos atitudinais e cognitivos, ou seja, a tomada de decisão do jogador nas duas fases do jogo. Fase defensiva: não permitir que o adversário crie situações de finalização, recuperar a bola, impedir a progressão do adversário pelo campo de jogo, defender o gol e suas proximidades, reduzir o espaço de jogo para o adversário. Fase ofensiva: manter a posse de bola, construir jogadas e situações ofensivas, progredir pelo espaço do campo adversário, se aproximar do gol adversário, criar situações de finalizações. 

Os princípios táticos ofensivos fundamentais estão ligados as ações dos jogadores dentro das fases defensivas e ofensivas, para criar um desequilíbrio na organização da equipe adversaria, e principalmente criar uma organização e equilíbrio na própria equipe. Os princípios fundamentais são divididos em quatro subprincípios dentro das diferentes fases do jogo. Fase defensiva: conter o avanço da equipe adversaria (contenção), cobertura do companheiro de equipe (cobertura defensiva), equilibrar a quantidade numérica e concentração para recuperar a bola o mais rápido possível (equilíbrio e concentração). Fase ofensiva: progredir dentro do campo adversário (penetração), movimentação do jogador pelo espaço de jogo (mobilidade), avanço das linhas e aproximação (cobertura ofensiva), ocupar espaços vazios próximos do gol (espaço) (PINTO, 1994; CASTELO, 1999).

Tendo em mente os tais princípios permitirá a equipe progredir dentro do campo de jogo, sem desorganizar e espaçar as linhas do time, permitindo que a equipe atue em bloco. A ideia é coletiva, tanto na fase defensiva ou ofensiva, afinal para um jogador realizar determinada função tática dentro da fase do jogo e situação, espera-se que outro companheiro possa também realizar sua função, para que aja um equilíbrio e organização dentro da equipe (CASTELO, 1996).

Castelo (1994) nos lembra a importância que cada jogador tenha consciência das suas funções dentro das diferentes fases do jogo, porém que também saiba as funções dos demais companheiros da equipe para ajuda-los em situações do jogo em que necessitem de apoio ou até assumindo suas funções. Dessa forma jogar em bloco com equilíbrio e organização, o dito futebol compacto, permitirá a aproximação das linhas de jogo consequentemente dos jogadores, criando uma pressão tática - técnica e psicológica sobre os adversários, elevando a chance de erros do adversário dentro das diferentes fases e situações do jogo (GARGANTA, 2006).

No jogo, o atleta encontra diversas situações as quais necessita lidar com problemas relacionados ao mesmo, tais situações exigem que o atleta saiba lidar com pressões, necessidades fisiológicas e funcionais, se interagindo com um conjunto de funções psicológicas, para que dentro dos processos cognitivos ele possa resolver tais situações da melhor forma possível (Greco 2004)

Quanto maior conhecimento cognitivo e motor do atleta tiver melhor será seu processo cognitivo, pois o mesmo corresponde a diversas referências que o mesmo tem dentro da modalidade o qual pratica, sendo uma ação dentro de uma situação de jogo um processo gerado por intenção ou seja de plena consciência e planejado, dinâmico, voltado a um objetivo especifico, modulado e planejado dentro de uma situação do jogo (Samulski, 2009).

O desenvolvimento tático do atleta está relacionado a processos cognitivos, os quais estão relacionados a tomadas de decisões dentro de cada situação de jogo, no qual tais decisões determinaram a execução de uma ação motora para se concretizar o objetivo desejado pelo atleta naquele momento (Greco 1998). Nos jogos coletivos é de extrema importância que o atleta tenha bem em mente os princípios táticos, pois todas as ações dentro das modalidades coletivas são determinadas e executadas a partir do ponto de vista tático (Greco 2002).

Os princípios táticos da fase ofensiva permitem que os jogadores desenvolvam a tomada de decisão tático-técnicos, tanto aqueles que participem de forma direta da construção das jogadas, como aqueles que tem uma função menos participativa na construção de jogadas ofensivas, permitindo que a equipe consiga conduzir a bola próximo ao gol adversário, criando situações de finalização e marcando o gol (CASTELO, 1996).

O desenvolvimento dos princípios táticos da fase ofensiva darão a equipe condições favoráveis em termos de espaço e tempo para concretizarem o objetivo, sendo este, superioridade numérica nas construções das jogadas, maior facilidade para realizar as funções táticos-técnicas ofensivas, criando na equipe adversaria uma instabilidade na organização defensiva (CASTELO, 1994).

Observamos que os princípios táticos, estão dentro das duas fases de jogo divido em defensiva e ofensiva, dividindo as linhas de um time em defesa meio e ataque. Quando falamos de fase ofensiva permite que a equipe tenha uma maior organização e consequentemente atinja seus objetivos de uma melhor forma, além de individualmente permitir que o jogador possa se posicionar corretamente e usar a sua técnica da melhor forma possível em prol da equipe. Quanto melhor for desenvolvido o lado cognitivo do jogador, tomada de decisão, conhecimento e movimentação, melhor será a atuação da equipe nas diferentes fases do jogo e situações do mesmo. 

Sem dúvidas, a tática não atrapalha em nada a criatividade e a beleza do futebol, pelo contrário ela a faz fluir, acontecer, surgir, de forma organizada e muitas vezes marcante, histórica como a incrível laranja mecânica de 1974, ali vemos de forma clara que a tática formou um dos mais belos times da história do futebol, o Barcelona de Pep Guardiola com suas movimentações, triangulações inversões de jogo, entre diversos outros exemplos.


Luís Basílio | Luís Lucca

São Paulo | São Paulo

Meu contato pessoal: (11) 99789-6017 

@luislucca5


*O blog Nós, Táticos! é escrito por treinadores e apaixonados pelo esporte. Suas opiniões não representam necessariamente o posicionamento da Confederação de Futebol 7 do Brasil.




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